Documentos revelam que o jatinho usado na campanha por
Eduardo Campos e Marina Silva pertencia oficialmente ao grupo paulista AF
Andrade. No papel, a AF Andrade, de usinas de açúcar, era dona do Cessna
Citation, prefixo PR-AFA, quando o jato caiu em Santos, na semana passada,
embora tenha dito que o vendeu a um usineiro pernambucano. Comparando-se o que
diz a papelada e o que dizem os envolvidos, chega-se à conclusão de que Eduardo
e Marina faziam campanha num avião fantasma. Ninguém admite ser dono do
Cessna, ninguém admite ter bancado as despesas com o jatinho, e ninguém
declarou qualquer informação sobre o uso do avião à Justiça Eleitoral. Para a
PF, que investiga o caso, esse conjunto de evidências aponta, até agora, para
fraude à Justiça Eleitoral e crimes financeiros e tributários na operação de
aluguel, ou venda do avião. Os papéis estão com a PF e a Agência Nacional de
Aviação Civil, a Anac. Os dois órgãos investigam quem são os responsáveis pelo desastre, a Aeronáutica
investiga as causas dele. A identificação dos donos do avião é imprescindível
para que as famílias das vítimas possam entrar com pedidos de indenização na
Justiça. Os responsáveis responderão também a processos movidos pelo Ministério
Público. O comitê presidencial do PSB também pode ser acionado. No limite, a
candidatura de Marina poderia ser impugnada por fraude eleitoral. Esse enorme
passivo jurídico está por trás, ao menos em parte, da resistência dos
envolvidos em fornecer informações à imprensa e aos investigadores. Fonte:
Revista Época.